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terça-feira, 12 de abril de 2011

Luanda Angola


UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
CLEOVAMIR JOSÉ BONIFÁCIO
REDUÇÃO DOS REMANESCENTES DE ADANSONIA DIGITATA (IMBONDEIRO, EMBONDEIRO OU BAOBÁ) NO PERÍMETRO DE LUANDA:
Aportando em Luanda em Novembro de 2005 para trabalhar em uma Construtora Brasileira, circulando pelos vários Municípios da Província de Luanda, interagindo com os trabalhadores nacionais, pessoas das comunidades, observando seus hábitos, costumes e fluência nas linguas nativas. Visitando o mercado do artesanato do Benfica com as esculturas e pinturas de altíssima qualidade, retratando os animais africanos, personalidades tribais e também a árvore do Imbondeiro.
A Adansônia digitata ou popularmente conhecida como imbondeiro, embondeiro ou baobá, este último mais comum no Brasil, o Imbondeiro possui um tronco muito espesso na base, chegando a atingir nove metros de diâmetro. O seu tronco é peculiar: vai se estreitan-do em forma de cone e evidenciando grandes protuberâncias. Esse colosso vegetal pode atin-gir trinta metros de altura e possui a capacidade de armazenar, em seu caule gigante, até 120.000 litros de água. Por tal razão é denominada "árvore garrafa" (VAINSENCHER, 2010).
Nos últimos cinco anos temos observado um significativo e acelerado processo de derrubada de árvores de imbondeiros no entorno de Luanda, principalmente em função do crescimento urbano e parques industriais.
Através de entrevistas e pesquisas, buscamos identificar a importância desta árvore na cultura e costumes deste povo, as causas que vem levando sua eliminação e a conivência das instituições, assistindo a substituição dos bosques de imbondeiros pelo cinza e prateado das alvenarias e casas de chapas e pelo vermelho dos pátios terraplanados.
Evidenciar um processo de degradação ambiental com supressão de áreas verdes, destacar o vínculo milenar do Imbondeiro com os povos tradicionais de Angola, chamar a atenção das instituições e propor alternativas de preservação e programas de sustentabilidade desta árvore e suas raízes que fundamentam boa parte da base cultural deste povo.
Palavras-chave: Adansonia digitata; Imbondeiro; Província de Luanda; Supres-são de vegetação; Culturas tradicionais.
INTRODUÇÃO
Em Luanda durante o desenvolvimento da cidade, poucas ou quase nenhuma pra-ça arborizada ou áreas verdes foram reservadas dentro da Capital. Nas áreas periféricas o crescimento desordenado de construções de casebres, sem arruamento e demais infra-estruturas de água, energia e principalmente saneamento básico, os novos parques industriais e comerciais, movidos pelo grande crescimento econômico mantido principalmente pelas ri-quezas minerais, com a chegada de empresas internacionais e novos empreendimentos nacio-nais, vem ocasionando um acelerado processo de diminuição de áreas verdes e dos remanes-centes de imbondeiros.
Para o estudo de caso destacamos três áreas específicas que em 2002 pelas ima-gens de satélite do Google Earth Pro, limitavam o cinturão urbano de Luanda, a partir deste as terras eram constituídas basicamente de áreas verdes com predominância de plantações de agricultura de subsistência de mandioca e arvores frutíferas como mangueiras e cajueiros de forma espaçados e aleatórias. Em todas estas áreas, existiam árvores de imbondeiros em vá-rios estágios de desenvolvimentos com caules com um metro de diâmetro em média, tanto espaçados como em vários pontos concentrados, formando bosques. Nas mesmas imagens de satélites atualizadas em junho de 2010, ocorreu um forte avanço urbano sobre estas áreas oca-sionando a supressão destas árvores.
A pesquisa de campo evidenciou dois grandes fatores que vem provocando a forte migração da população das Províncias para a capital, primeiramente a guerra civil de 1975 até 2002 e nos últimos anos a busca de emprego e melhores condições de vida da capital, através da reintegraçãode familiares que fixaram base na cidade nas últimas décadas.
Evidente também a riqueza cultural deste povo e a interação e importância desta árvore na história, subsistência e modo de vida das diversas etnias que constituem o grande povo angolano. A árvore fornece alimentos através do fruto, folhas e raízes, medicamentos tradicionais, abrigos, água, utensílios rústicos, e base de importantes eventos culturais. Nas Províncias esta relação apresenta-se mais fortemente que na Capital, onde as pessoas de maior idade ainda apresentam forte relação com estes costumes, enquanto a juventude abaixo de 30 anos e muito mais forte nos adolescentes, vem perdendo estes conhecimentos ou rejeitando estes costumes, através de forte influência da mídia externa. A cada africano (angolano) que morre, desaparece uma biblioteca. (ALTUNA, 2006)
Preocupante o resultado da pesquisa onde a população (79%) atribui a responsa-bilidade apenas ao governo de tomar ações de preservação do imbondeiro e 57% não acredi-tam que os Imbondeiros possam desaparecer de Luanda.
Propor medidas a serem implementadas pelo governo e seus respectivos ministé-rios e ações da comunidade e iniciativa privada, buscando investimentos e principalmente criar uma base de conscientização ambiental, não só da preservação da “Árvore da vida”, bem como dos recursos naturais, solo, água e ar. Eventos culturais de resgate dos costumes e hábi-tos que vem muito rapidamente sendo apagado ou renegado pelos jovens.
Não pretendemos fechar este tema e sim abrir processos de discussão na socieda-de e novos estudos de maior envergadura ou com melhores técnicas científicas com base na viabili
Esse é um trabalho que o meu amigo Clovamir fez para unisul, eu gostei muito e pedi a autorização para publicá-lo, não esta na integra, pois é uma explanação muito extensa, se alguém se interessar tenho a matéria completa e envio por arquivo.

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